Caro amigos e companheiros da carreira Acadêmica....
A proposta do blog nesse primeiro momento, é de voltar ao tempo, refletir sobre o passado, analisar o quanto os conhecimentos adquiridos nesses anos ingressado no curso acadêmico, vieram a mover e mobilizar muito de nossos pensamentos e ações, não só em relação ao ímpeto pessoal, como também o profissional, já que durante esse período, me encontro na posição atuante da docência em um Projeto Social com a modalidade do Karatê (Projeto Educarte) vinculado a Secretaria de Esportes Municipal, promovido pela Prefeitura Municipal de Santa Teresa.
Para melhor entender, ou melhor me entender, voltei a alguns arquivos do passado, onde no SAC II, relatamos a experiência do primeiro ano no Curso Pró-Licenciatura em Educação Física. Portanto, esse texto fala um pouco de mim, ou melhor, o que eu pensava anterioremente em relação ao curso, sendo o norteador em relação aos primeiros passos da minha carreira acadêmica que ali nascia.
Portanto, o texto do SAC II, foi o seguinte:
MEU PRIMEIRO
ANO COMO UNIVERSITÁRIO NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFES – UNIVERSIDADE
FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
A iniciativa para o ingresso no Curso de Educação Física,
foi um desejo que me acompanhou e acompanha ao longo de minha vida como
esportista. Vindo de pais também formados em Educação Física,
como a minha mãe formada na CEUNES/UFES e depois meu pai formado no ESFA
(antigo ESESFA), que me incentivaram ainda mais para que a minha jornada
culminasse também, no curso de Educação Física.
Praticante de Karatê desde os 04 anos de idade (hoje com
22, então somando 18 anos de prática), iniciei a experiência pedagógica no ano
de 2007, com a implementação de um Projeto Social na Prefeitura Municipal de
Santa Teresa, projeto este de minha própria autoria: o Projeto Educarte “Educação e arte na Formação de Cidadãos
para o Mundo”, ministrando aulas particulares na Academia Alfa Fitnes (em Santa Teresa) e sendo
o pioneiro, após muitos anos de carência desta atividade em aulas também no
município de Santa Maria de Jetibá, onde através desta iniciativa, há cerca de
1 ano, foi fundado a SAMAJE – Associação de Artes Marciais neste município.
Diante da grande carga horária de aulas semanais e com o
aparecimento da necessidade de um curso Superior, prestei Vestibular na
Faculdade ESFA de Santa Teresa, sendo aprovado, mas tornando-se inviável o
percurso do grau superior na modalidade presencial, principalmente quando fui
aprovado no concurso público na SEJUS – Secretaria do Estado da Justiça, em
março de 2006, sendo empossado em agosto de 2008 em jornada de trabalho 24 x 72
h, tendo que trabalhar na cidade de Viana, mas continuando a residir no
município de Santa Teresa, devido aos trabalhos sociais com o projeto anteriormente
relatado e ainda vigente nesta cidade.
Tudo se encaixou, quando em meados de agosto de 2008
abriram-se as inscrições para o ingresso no curso de Educação Física na
modalidade EAD - Universidade Aberta do Brasil, com o respaldo da UFES como uma
instituição conceituada em âmbito nacional. Foram abertas as inscrições
principalmente para pessoas que atuavam na rede pública, em qualquer área, mas
que não possuíam habilitação na área, como foi meu caso. Em setembro deste
mesmo ano foi realizado o processo seletivo, na qual fui aprovado e
classificado em 12º lugar. Em outubro iniciou o processo de inscrições, e em
fim, novembro de 2008 iniciou-se as aulas no Pólo de Santa Teresa. Foi uma
oportunidade ímpar, que a meu ver, apareceu no momento certo e na hora certa,
já que a necessidade de conhecimento aflora cada vez mais em minha prática
docente.
Inseridos a partir deste ponto de vista, em um mundo
virtual novo, onde a prática com a tecnologia é vital para o percurso durante o
curso não me deparei de imediato, com dificuldades para assimilar tais
informações, mas com o tempo apareceu devido ao fato de também ser uma
experiência nova para a Universidade. Com a plataforma Moodle em constantes
manutenções, dificultou o nosso trabalho inicialmente, mas agora, com a prática
constante, a assimilação torna-se cada vez mais evidente em nosso meio.
Esta nova forma de ensino foi concebida para ajudar aos que
se encontra em situações que impedem a possibilidade de comparecer e vivenciar um
curso totalmente presencial na atualidade, ou seja, trabalhar para conquistar
os objetivos da vida do lado financeiro, como também de custear uma faculdade
particular, sendo este último um obstáculo que desanima a todos os que buscam
ou necessitam de uma capacitação em nível superior, na medida em que o mercado
está cada vez mais exigente. O curso exige de cada aluno uma grande disciplina
de estudos, já que as aulas presenciais ocorrem apenas suma vez por semana. Ta
ai uma outra dificuldade na qual preciso explorar, ou seja, ser mais rígido com
minha carga horária de estudo semanal, pois devido ao acúmulo de atividades
cotidiana com meus três empregos, acesso a plataforma geralmente nos prazos
finais das atividades, e muito pouco exploro todo o conteúdo da disciplina
disposto na plataforma Moodle. Devido essas dificuldades do cotidiano, fiquei
ausente das aulas por certo período, desanimei, fiquei desmotivado, não tinha
estímulo para continuar em minha caminhada, mas percebi o quanto às pessoas se
interressam por nós, os amigos a tutora e a coordenação do curso, me abriram os
olhos para o futuro, e com relevante persistência em seus esforços e conselhos,
fizeram com que eu retornasse ao curso. Essas pessoas marcaram muito esta minha
jornada inicial como Universitário, e seus esforços ficaram gravados em minha
memória.
A metodologia da Modalidade à Distância faz com que o
aluno, vá à busca do conhecimento, sendo que o Tutor Presencial, assim como o à
Distância, se encaixem como Mediadores do Saber. Essa relação Tutor x Aluno é
muito interessante, pois não se impõe o conhecimento, e sim, se constrói,
através do diálogo nas mesas abertas de discussões presenciais. Por mim o Tutor
presencial é bem explorado, já com o Tutor à distância vejo que também preciso,
na gíria, “sugar” mais de todo seu amplo conhecimento através das salas
virtuais. O que muito nos ajuda, mesmo sendo o conteúdo transmitido
virtualmente, é o material didático impresso, na qual nós podemos levá-lo para
onde formos, e isso facilita e muito. Os fascículos impressos, para mim, são de
imensa importância, e uma sugestão para que não acabe com os mesmos durante o
transcorrer do curso. Todo ele nos auxilia para as avaliações tradicionais
escritas necessárias a cada disciplina, sendo uma fonte de consulta de grande
viabilidade. Falando em avaliações, vejo que os conteúdos estão no caminho
certo, sendo bem avaliados, de forma virtual e nas provas escritas. As
atividades complementares, como a primeira experiência em um Congresso
Universitário, foram muitíssimo importantes não só para sentirmos um pouco
aquela emoção de estar presente fisicamente pela primeira vez como cursando, no
Campus da Universidade Federal do Espírito Santo, mas também para
compartilharmos experiências não só com os alunos Pró-Licen, como com todos os
membros da área de Educação Física a nível Estadual, ou até mesmo Nacional.
Vejo que esse tipo de atividade nos auxilia para a construção de conhecimento,
através da partilha de experiências. Na oficina de EJA que participei, na qual
eu não sabia nem o significado, foi uma experiência nova, pois obtive um
aprendizado bem interessante quanto a educação adulta.
O Curso Pró-Licen em Educação Física na
modalidade EAD, com suas disciplinas voltadas diretamente para área escolar,
vem contribuindo muito para uma proveitosa assimilação do conhecimento em
relação com minha prática docente diária. Neste segundo Semestre 2009/2, foram
apresentadas as seguintes disciplinas:
·
Elaboração da Memória Profissional I (Prof.: Francisco Eduardo Caparroz). O estudo desta
disciplina nos conscientizou o quanto à escrita, o registro em si é importante
no transcorrer de nossos trabalhos. O Ato de Registrar faz com que se memorize
o transcurso do trabalho com reflexões proveitosas.
·
Educação Física, Formação Docente e Currículo (Profª. Zenólia Figueiredo). Buscou gerar o entendimento de
um Currículo e repensarmos a nossa identidade como profissional através de
nossa postura de nos tornarmos dispensáveis ou não, para nossos alunos.
Intensificando os estudos quanto a Formação do professor propriamente dito
quanto à construção do currículo profissional.
·
Introdução a Educação Física (Prof. Otávio Tavares). A partir desta disciplina o estudo
voltou-se para a Educação Física escolar, um dos maiores propósitos do curso. A
atividade física relacionada com fatos históricos apesar das alterações onde
ocorreram mudanças significativas no seu ponto de ação, ou seja, da ginástica
para o esporte e do esporte para a busca do físico ideal.
·
Educação Física, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano (Pro. José Francisco Chicon). Vimos o processo pelo qual o
ensino pode acontecer. Valendo-se de alguns conceitos básicos como o
crescimento, maturação, aprendizagem e desenvolvimento, que são processos
seqüenciais. O desenvolvimento humano segue, segundo os teóricos abordados no
fascículo, três concepções distintas inatista, ambientalista e interacionista.
Debatemos as diferentes concepções e seus autores, passando por Piaget e
Vigotsky, que consideram o desenvolvimento relacionado com o processo de
interações ao qual o sujeito é submetido.
·
Educação Física, Corpo e Movimento (Prof.José Luiz dos Anjos). Onde a interação com o meio
externo influência as formas e comportamentos dos alunos, na maneira de ver o
corpo, como produto de beleza, de aptidão física para o trabalho, o corpo do
esportista, e o corpo das modelos. Nesta disciplina aprendemos que o ideal de
corpo é apresentado pela mídia, e a sociedade vai aderindo a estes conceitos, e
desencadeando uma série de problemas desnecessários de saúde, entre outros.
·
Educação Física e Escola (Prof. Valter Bracht). Debatermos a Educação Física como
uma disciplina que tem passado por grandes transformações no decorrer das
últimas décadas, onde a ginástica foi cedendo lugar ao esporte, e logo após a
servir de referencia para as crianças, onde através do esporte se sentem
motivados e a desejar a busca de
medalhas, troféus e prestigio. Bracht divide a Educação Física sobre três
pontos de vista: trabalho e lazer, onde o corpo era visto como máquina
de produção e o lazer como mera recompensa, Corpo e saúde onde cada
classe social define o modelo de corpo que considera saudável e por ultimo educação
e esporte, onde as aulas de Educação Física passaram a sustentar o esporte
de rendimento, como discurso oficial da Educação Física. Nesse meio tempo surge
uma nova concepção que é a cultura corporal do movimento, que se
dirige para as diversas práticas corporais, não se limitando a uma só
modalidade, e envolvendo ginástica, esporte e cultura. Esse modelo de ensino de
fato é algo que deve ser incorporado por todos os professores, para que os
alunos, por serem tão diferentes uns dos outros, possam desenvolver e
diversificar suas habilidades.
·
Psicologia da Educação (Prof. Leonardo Graffius Damasceno). Traz uma semelhança
com a disciplina ADH (Aprendizagem e Desenvolvimento Humano) do professor
Chicon, com conceitos sobre as concepções inatistas, ambientalistas e
interacionistas, esta última defendida por Jean Piaget e Vigotsky, que também
reforçam a concepção construtivista.
Ao término deste ano, vejo o quanto minha metodologia nas
aulas mudou, sendo mais interacionistas com meus alunos, trazendo eles mais
para as aulas, buscando mais diálogo em minhas dinâmicas, observações que antes
eu não conseguia enxergar. Minha relação com meus alunos mudou, principalmente
agora depois da disciplina Psicologia da Educação, na qual com o conteúdo explorado,
vejo o quanto é importante conhecer a criança em seus estádios, para que o
planejamento do trabalho possa a ser mais bem executado. Cada disciplina deixou
uma mensagem relevante, Elaboração da Memória Profissional, por exemplo,
mostrou quanto o registro é importante na vida do docente. Antes eu não buscava
muito registrar os fatos, hoje vejo que evolui, mas ainda tenho que explorar
ainda mais isso em minha prática docente.
Todo o conteúdo auxiliou para que eu pudesse realizar pela
primeira vez na história do Karatê no município de Santa Teresa, a 5ª Etapa do
Campeonato Estadual de Karatê, que contou com o apoio dos mus amigos cursando e
da Coordenação do Pólo. Os alunos do Projeto Educarte, obtiveram 37 premiações,
sendo que 14 ouros, 10 pratas e 13 bronzes. O apoio da Turma de Educação Física
foi fundamental para que se conseguisse registrar ao máximo, os momentos deste
importante evento, que foi não só para o Município, mas também, uma imensa realização
pessoal e profissional.
Ao longo deste curto, mas proveitoso período e refletindo
sobre estas disciplinas, paro e penso sobre a necessidade crescente de aumentar
o meu campo de visão no tocante à relação professor-aluno. Estas disciplinas foram
fundamentais para que, na atualidade, eu consiga um melhor relacionamento com
os mesmos. Deixar com que o aluno produza seu próprio conhecimento, foi muito
relevante a ser incrementando em minha prática docente. Abortar o ensino
tradicional é necessário para que possamos construir um desenvolvimento mútuo
de aprendizagem.
Minha expectativa para os próximos 4 anos que se segue, é
transformar o máximo possível, o conhecimento adquirido com a teoria em
prática, pois ser professor não é uma profissão que se exerce por obrigação, e
sim por satisfação, prazer e orgulho, na qual a criança passa ver em você, um
espelho para sua vida, assim como seus pais.
“Espero chegar ao término de minha caminhada, olhar para
trás e ter a satisfação do dever bem feito, pois todos tentam, os fracos
desistem no transcorrer da jornada, mas só os persistentes, conseguem forças
para alcançar suas conquistas...”.
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Muito bem elaborado seu texto em relação ao primeiro ano como acadêmico.
RépondreSupprimerDe vez em quando precisamos voltar ao passado não apenas para relembrar de momentos bons que marcaram nossas vidas, mas sim para que possamos refletir sobre como pensávamos naquela época em relação a determinados assuntos e como pensamos atualmente? Houve mudanças? Quais?
Através do seu relato podemos observar que houve mudanças em suas aulas em relação ao diálogo com seus alunos.
Parabéns pela postagem.
Abraço.